Seria legal se ganhássemos um controle universal de brinde ao nascer. Nada mais justo do que poder retroceder o tempo e consertar as besteiras, avançar etapas para pular toda a cruel ansiedade, congelar os momentos perfeitos e repetí-los até enjoar ou mesmo pôr, vez ou outra, o mundo no mudo. Ultimamente ando me pegando com tanta freqüência pensando no impossível, desejando o irreal, que assumir qualquer idéia boba torna-se necessário. “Controlar a vida… Que estupidez, não é? Será que seria justo? Será que deixaríamos de aprender lições sobre a vida?” Então, é quando as perguntas complicadas surgem que meu sinal da “hora de recolher” soa em alto e bom som. Aí eu vou para o outro lado da cama, me cubro de novo e volto a dormir. É, talvez meus sonhos infantis se baseiem na simples e pura vontade de não errar e de prolongar os momentos que me fazem sentir feliz de verdade, mas faz favor? Não me conte isso, não. Deixe-me sonhar e fingir que um dia nasceremos com um controle mágico capaz de suprir minhas necessidades e manter acessa a luz da minha loucura.
(verbalizada)